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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Um chá, Alice?

- Meu deus, o que está acontecendo aqui? Vou passear com o cachorro sem nome e um show de drag acontece sobre a mesa do pub? – disse entre risos, enquanto sentava ao lado de um envergonhado Olavo – Você não vai fazer nada pra parar essa cópia mal parida de Lady Gaga, Olavo?
- Ok, parei. – Lacerda desceu da mesa, ocupando o lugar vazio da mesa – Mas culpe o Olavo por esse showzinho gratuito. Ele não quis contar algo pra mim. Talvez você queira.
- Porra, Lacerda. Pára com isso. – resmungou Olavo enquanto analisava o conteúdo da sua xícara. Um cheiro forte de whisky misturado com o aroma do delicioso café que só Tina sabia fazer estava no ar. – Ele quer saber o que aconteceu na fatídica noite do chantilly. A questão é que nem eu me lembro... Se você sentir-se à vontade pra dividir esse conteúdo com a gente... - Ergueu os olhos, com aspecto zombeteiro.
- Ah, o chantilly. Bem, não foi nada demais. Só tivemos algumas brincadeirinhas que acho desnecessário colocar aqui nessa mesa...- respondi, com um pouco de vergonha.
- Humm. Mas só foi isso mesmo? – perguntou Lacerda.
- Sim. Nada demais. Não houve sexo, se é o que você quer realmente saber.
- Mas então, por que você estava tão estranho no dia seguinte. Depois que sai do apartamento, te liguei e você foi tão seco comigo. – indagou Olavo, com aqueles marotos olhos negros.
Droga. Não queria relembrar o que aconteceu naquele apartamento no pós chantilly. Não queria falar sobre a visita de Caio, do convite de casamento que ele foi me levar e de como fiquei péssimo com aquilo. Pensei qualquer mentira.
-Ah, Olavo. Sei lá. Estava cansado... Talvez com um pressentimento de que grandes mudanças aconteceriam. E olha que estava certo. Afinal de contas, depois disso tivemos uma ménage, uma overdose e uma casa nova. Sou quase uma Mãe Dinah.
- Aham, Cláudia, senta lá. – Droga. Era difícil mentir pra Olavo. De todos que moravam sob aquele teto, ele era o mais observador. Acho que nem mesmo Sophia com toda sua psicologia e seu Freud era tão boa quanto ele.
- E Sophia e Clarice? – perguntei, tentando encerrar o assunto e me esquivando do processo investigativo olaviano – Achei tão estranho o fato de que Sophia tenha aceitado vir pra cá. Não tenho nada contra ela, acho ótimo. Só não gosto que ela fique nesse jogo de gato e rato com Clarice. Minha baixinha não é um brinquedo.
Lacerda tomou um gole do café e comentou:
- Sei lá. Conversei com Sophia... Ela só quer se livrar dessa imagem de destruidora de Clarices e Lacerdas.
- Posso me sentar com vocês? Ouvi meu nome na conversa...

Como uma Alice chegando para o chá, Sophie apareceu segurando uma xícara e ocupando um lugar no sofá vermelho.

2 comentários:

  1. Adogooo chás assim, tem cheiro de desarmonia e caos.. kkkkkkkkkk Quiero so vê a hora que clarisse chega

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  2. Ai, meu Deus...
    A Sophia vai falar... Quero só ver

    Dan.

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