Come on baby, light my fire!

Eu esperava aquela ligação..

Minha retirada brusca foi proposital. Precisava saber quanto ela me queria como companhia aquela noite, se queria acordar e me ver sem maquilagem e com a voz um tanto distorcida pela manhã. Precisava saber se queria tomar aquele café horrível e fazer uma cara de aprovação só para me agradar. Eu queria, queria todas as mãos e as selvagens levezas que elas me trazem.

 

Entrei como quem acaba de chegar ao cume das coisas, me senti bem ao inalar aquele incenso de rosas vermelhas, provocantemente gostoso, luzes baixas, garrafa de vinho aberta, taças ali. Pensou em tudo, em tudo que me atrai e sabe como isso me conquista.

(mesmo que naquela altura da noite não precisasse me conquistar, já estava feito).

Fui em direção ao banheiro, caminho que sabia percorrer como ninguém.. Momentos da nossa vida juntas me vieram à cabeça, um filme todo, nossas risadas, nossas brigas, nossas reconciliações, o dia que fui embora e não voltei.. Tudo ali, em poucos segundos.

Entrei e a olhei profundamente. A olhei por um ou dois minutos. Estava ali, tão perto... Seria impossível narrar tamanha emoção daquele encontro, nossos olhares se cruzaram por algum tempo, com certeza nos encontramos ali, nos amamos naquele momento, foi a maior declaração de amor e admiração que já pude dar, via nos olhos de Sophia o quanto era recíproco.

Juntei-me a ela naquela banheira recém inaugurada por nós. Nossos olhares não se desviaram em nenhum momento. Isso nos bastava, eu não queria pedidos de desculpas, falta do que falar. Queria olhar profundamente aqueles olhos brilhando pra mim. Era incontrolável a vontade de sentir aqueles lábios macios novamente.. Beijei Sophia como se fosse a primeira vez, como se fosse a ultima.. Nunca havia beijado alguém tão profundamente como a beijei aquela noite, podia sentir cada movimento dos meus músculos buscando seu corpo.

Tudo perfeito, como nunca foi, como um presente, uma dádiva.. Aquela explosão de sentimentos que poucos podem provar.

Senti-me obrigada a puxá-la pela cintura, a dominá-la como sonhei em noites solitárias ouvindo músicas bregas, em dar a ela tudo o que a pertencia há muito tempo. Sophia sorriu, como se esperasse por aquela atitude a noite toda... Deitamos em nossa cama, digo “nossa” porque pra mim ela nunca deixou de ser minha também, ela estava linda, mais bela que todos os dias normais.. Estava tudo muito quente naquele quarto (e eu nunca desejei tanto sentir mais calor), naveguei pelo seu corpo como se soubesse todos os segredos daquele mar.

Minha língua tocou seu corpo quente... Minhas mãos deslizaram por suas curvas, puxava minha pequena pelos dedos, cada vez mais perto de mim, nossos corpos se entrelaçavam, dançavam naquele lençol, não havia fim, quanto mais sentia Sophia em mim, mais a queria... Podia sentir em cada suave tremor do corpo de Sophia o quanto aquele desejo era recípocro, mútuo, cumplice ... Nossa respiração acelerada, batimentos descompasados, suor na pele... E que pele... a cada toque podia sentir um doce arrepio vindo do corpo quente de Sophia, por mais contraditório que possa parecer, minha pele quente, a fazia tremer. Bebi aquela mulher como se fosse a fonte da minha salvação, mordi, beijei, arranhei, peguei como se fosse minha.. Sophia ali, só para mim, nossa sintonia estava perfeita, fazíamos juntas, sentíamos juntas cada gota de líquido vindo do nosso corpo, cada gemido, nossos movimentos sincronizados. Foi tudo intenso, sem pressa e com muita vontade. Passamos aquela noite e boa parte a manhã assim, desvendando cada parte de nós, aguçando nossos sentidos.

Foi uma noite perfeita, nossos corpos abraçados naquela cama, cansados e satisfeitos.. muito satifeitos eu diria. Fiquei olhando Sophia pegar no sono, meu corpo ainda estava muito quente para conseguir dormir.

Não acendi um cigarro, preferi deixar tudo do jeito que estava, aquele gosto de Sophia em minha boca.

# C. Jam #