Eu não suportava ver os olhos de Sophia cheios d’água. Não suportava a idéia de ter me deitado com Lacerda, dela ter deitado novamente com ele. Nós nos traímos tão estupidamente! Eu me traí! Como pude ser tão imbecil? Como pude me render àquela voz sensual em meu ouvido, meu Deus, o que eu fiz!???
Saí do apartamento de Sophia totalmente sem rumo.
Não sabia pra onde ir. Não sabia o que falar, estava paralisada. Fiz a mulher que amo passar a mesma dor que passei.. E ela me fez sentir de novo aquela vontade de não existir. Lacerda é um puto! Um grande puto! E será bom ele não pensar em falar comigo nas próximas encarnações, canalha!! – Pensei.
Não sei como consegui chegar em casa, as lágrimas embaçavam minha visão.
Peguei uma garrafa de vodka da minha invejável coleção de bebidas fortes, um copo e entrei no banho. Queria que aquela água lavasse meu rosto e junto apagasse tudo o que fiz naquela noite maldita. Um dos meus grandes problemas é não conseguir me perdoar. Sei que não me perdoaria nunca, nunca mesmo.
Engolia aquela vodka com dificuldade, ela descia queimando, mas engolia como se fosse um remédio, como se fosse tirar de mim tudo que eu não queria sentir e lembrar. Abri eo armário do banheiro, desviando o olhar do espelho, que parecia rir de mim o tempo todo, da minha situação, do meu ódio interno. Estava lá, uma caixa fechada de Been, seria meu passaporte pro inferno aquela noite. Sem hesitar, virei todos aqueles comprimidos no copo de vodka e agradeci à qualquer espírito presente que me incentivava com sopros no ouvido. Bebi, estava feito.
Mas não era suficiente. Precisava ter certeza que não voltaria a ver Sophia chorando. Liguei para meu amigo Jack e seu fiel esposo drogado. Precisava de artifícios, em excesso, uma quantidade suficiente para fazer meu coração parar. Como sempre, prontificou-se em levar a bebida e comprar tudo, quando disse a quantidade, Jack riu – “Brigou com Sophia? Quer morrer, gata?”. Pedi que não demorasse e depois de uns 20 minutos chegaram cantando e acendendo cigarros pelo corredor.
Abracei-os, pedi que ficassem a vontade em casa, eles foram transar na cozinha, eu acho, sempre faziam isso. Fui para a sala, coloquei no som o cd do Muse, que sempre estava comigo nas horas de solidão.. Virei aquelas tantas cápsulas de cocaína na mesa, separei com um cartão, arrumei a nota e fui.. Todas. Instantaneamente minha boca amorteceu, Jack era mesmo bom em comprar coisas de qualidade. Eu tinha noção que uma caixa de Ben, vodka e cocaína me fariam viajar pra longe e por muito tempo. Era o que queria e não sentia arrependimento ou desespero. Com calma peguei uma folha e caneta, sentei e comecei a escrever uma carta, obviamente tinha algo a explicar.
“Eu nunca saberia viver sem você, Sophia. Não posso te ver partir! Perdoe-me por ter feito o que fiz. Fui tão idiota, imbecil! O fato é que eu te amo incondicionalmente. Quero que seja feliz, ele é bom o suficiente pra você, vai te fazer feliz, bem mais do que consegui. Eu atrapalharia as coisas por aqui, por isso estou indo e........”
Sophia decidiu naquele momento que jamais deixaria sua pequena sozinha.
Lacerda decidiu ser um Arcanjo em minha vida.
Olavo decidiu me xingar todos os dias.
Bernardo decidiu ficar mais perto de mim.
Eu decidi viver ao lado de todos eles, sem me preocupar com o que o destino nos reservará.
Desse dia em diante seríamos uma irmandade. Uma seita. Outro tempo começo para nós.
Cacete!!!!!!!!!
ResponderExcluirPraticamente vi a cena com esse texto vééi
esse mala demorow pra se toca. Mulher com mulher é lindo jow!!!!!!!!!
fodastico Clarisse
porralindinha