Menu

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sobras, Sombras e Restos.

Eu não queria estar ali.
Não aquela noite.
Já havia demônio demais rondando minha cabeça.
Já estava envenenada, dopada com aquela maldita doença.
Não suportava a forma que ela conversava com ele.
Não suportava a forma que ele sorria para ela.

 
Olavo bem que tentou adentrar minhas profundezas.

Preocupado veio me falar, mas sou boa quando quero disfarçar sobre Ela..(Ou pelo menos penso ser). Bernardo estava tão aéreo quanto eu, mas com mais doçura no olhar, aquela doçura que só ele tem.


Eu estava possessa. Inquieta.
Como os dois podem simplesmente ignorar a minha presença, como podem me descartar tanto?



Fumava um cigarro atrás do outro, engolia a bebida sem sentir seu sabor, até tentei olhar pra alguém interessante naquele lugar, mas não tinha.
Lacerda estava especialmente mais bonito, mais másculo, mais cheiroso, mais atraente.. mais.. gostoso, que seja.
Sophia estava deslumbrante naquela calça jeans escura e aquela blusa preta sem estampa. Especialmente linda e dona da noite, do bar, de tudo. Seus olhos estavam mais cheios de verde.



Não sei que diabos estou sentindo!!! – pensei.

Acendi outro cigarro, chamei o cara que nos servia (que não tinha nada de garçom) e pedi três doses de tequila Ouro.
Bebi uma por mim, outra por mim e a ultima por mim. Não queria brindar a vida de ninguém, nenhuma porra de data pra comemorar.

A cada gesto de Sophia e Lacerda, me sentia pior.
Fiquei alucinada, os vi na minha cama, fazendo sexo selvagem, bebendo meu vinho. Os vi fazendo o que eu queria fazer.
Fiquei gélida. Acendi outro cigarro, meu coração acelerou quando abri a porta daquele banheiro. Esperava companhia melhor. Esperava que Sophia me seguisse e entrasse por aquela porta. Não, ela preferiu as piadas de Lacerda.

 
Eles preferiram um ao outro. Eu preferi ficar com aquelas tequilas.
Que merda, estava filosofando com um copo vazio e imaginando um beijo apaixonado olhando aquela fumaça subir.

Aquela não era eu, eu não era ela. Ela o queria, Ele a queria. Eu vi!
Não lembro de dança nenhuma, não lembro de nada, não lembro do ‘I Love you’.

 
Acordei no meu quarto, de meias, sem nenhuma marca de prazer em minha cama, acordei com o amargo gosto da ressaca, acordei querendo que o mundo explodisse!


# Clarice Jam #

Nenhum comentário:

Postar um comentário