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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Estilhaços

Caos. É essa a palavra que define a última semana de estranhos extremos: da fama pornô à experiência com uma “quase morte”. Se eu sobrevivi a isso tudo, sobrevivo a qualquer coisa. Aliás, sobrevivência é a palavra certa em dias em que uma garota se joga de um prédio e permanece viva.

* * *


Logo após a alta de Olavo e Sabrina, propomos que ela passasse algum tempo conosco, no Cafetina, convite este que foi aceito sem hesitação.”Será bom passar algum tempo com pessoas que se preocupam comigo. Ainda mais depois de tudo isso” respondeu ela com um brilho nos olhos. Na saída do hospital, estavam todos lá: Clarice, Sophia e Lacerda. Ah, Lacerda: eu não era capaz de perdoá-lo. Seja pelo vídeo, seja pelo o que aconteceu com Sabrina. Ok, talvez ele não fosse responsável pelo último fato, mas alguém sempre precisa levar a culpa. Não troquei uma palavra sequer com ele, durante todo o percurso. Passamos no apartamento de Sabrina, para pegar alguns poucos pertences.



Chegamos no café. Enquanto Sophia e Clarice levavam as malas de Sabrina para o quarto, Lacerda e Olavo estavam, apesar de meus protestos, conversando na cozinha, sabe-se lá o que. Estávamos eu e Sabrina, sentados no sofá da sala. Enquanto ela acariciava o cachorro sem nome, eu me sentia tentado a perguntar o porquê dessa tentativa de suicídio.

-Desculpe Sabrina, mas assim, por que você se jogou do prédio, fia?

- Delicadeza, quem precisa dela, não é mesmo, Bernardo? – riu – Bem, você pode achar ridículo, mas foi por amor. Ou pela falta dele. Enfim. Eu levei um pé na bunda e não sabia como lidar. Estava com a cabeça quente. Porra, você vai me perguntar isso justamente agora, que eu acabei de sair do hospital?

Caímos na risada, numa gostosa descontração em Cristo /cleycianne. Olhei de relance pra cozinha, pra ver como estava o clima e a coisa parecia tensa. Olavo e Lacerda estavam com uma expressão séria, gesticulando demais. Let it be.

- Bem, como você me fez uma pergunta indiscreta, agora é minha vez. E você e meu irmão, o que acontece entre vocês? – perguntou Sabrina, enquanto enrolava fios de cabelo nos dedos.

- Fora a nossa fama pornô? Eu não sei.

- Oras, mas vocês não tem um relacionamento então?

- Não. Pelo menos eu acho que não. Afinal de contas, a gente nunca conversou sobre isso. E fora o episódio com o chantilly, só rolou um beijo e nada mais.

- Mas você gosta dele?

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, um estrondo e um grito foram ouvidos na cozinha. Clarice e Sophia desceram correndo, usando apenas roupas intimas.



Na cozinha, uma mesa virada, uma garrafa quebrada na mão de Olavo e Lacerda se contorcendo no chão, com a mão sangrando.



É. O caos.

3 comentários:

  1. Impressionante como o povo do Descarga gosta de dar garrafadas!!! huauhahuhua

    Dan

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  2. Quem precisa de armas quando se tem... GARRAFAS?

    Alan

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