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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Stairway To Heaven - #Olavo

Estava tonto, não entendia nada. Por que diabos Sophia falava da minha irmã? Ela nem a conhecia. Fui até lá, levei Bernardo comigo, estava com uma sensação ruim desde antes, mas tinha a impressão que era uma brincadeira, seilá.

Cheguei calmo na porta da casa de Sophia. Pensei, com a testa franzida, se tocava ou não. Bernardo impaciente se antecipou. O portão se abriu, ele entrou, eu fiquei. Fiquei olhando praquele corredor escuro, observando Bernardo ir. Vi a sombra dele me chamar, minha visão ficou turva, ouvi a voz dele se aproximando, correndo, tudo estava embaçado, fui desmoronando, ele me abraçou, me segurou, caí.

Abri os olhos não havia nada, nada de bom, nada de ruim. Estava num espaço branco, deitado no chão. Não tinha frio, não tinha calor, não tinha nada. Só havia luz. Olhei pra mim, roupas brancas, descalço. Levantei, olhei em volta, nada. Nenhuma voz, nem um ruído. Aos poucos vou andando perdido, vejo um ponto mais escuro que aquela luz bem longe. Sigo em direção, começo a correr, o ponto fica maior, corro mais rápido. Começo a perceber uma pessoa de costas, cabelos longos, escuros, com as mesmas vestes que eu.Diminuo a velocidade. Peraí, parece com alguém que eu conheço. Meu Deus, é a Sabrina! Corro mais rápido que antes.

Chego até ela, numa distância razoável. Ela se vira pra mim. Eu me assustei ao vê-la, não era o rosto lindo e macio dela. Era um rosto ensangüentado, com um corte na cabeça, as vestes pela frente estavam vermelhas de sangue, um pouco mais acentuado na região do abdômen, parecia um corte, não sei.
Ela estendeu as mãos, eu estendi as minhas e peguei as dela. As lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto. Eu nunca havia chorado por ninguém, e na frente de ninguém. Ela me olhou calma, sentamos no chão, logo deitamos também. Um ao lado do outro, ligados pela mão. Fechei os olhos e dormi.

Quando abri os olhos novamente, muitos rostos a minha volta. Parecia um ambiente normal. Estava deitado numa cama de hospital. Bernardo, Sophia, Clarice e até Lacerda estavam me olhando e sorrindo. Eles se abraçaram e começaram a agradecer a Deus. Eu não entendia nada e sem nem ter aberto a boca ainda, Clarice se pronunciou:

- (com os olhos cheios de lágrimas) Meu amigo, meu amor, que bom que acordou. Eu já estava até rezando sem nem saber direito. Esses cinco dias foram os mais difíceis da minha vida. Eu velei por você sem nem dormir. Você desmaiar de repente, entrar em coma, foi o suficiente pra eu cair na real, que não viveria sem você. Eu sei que você não deve estar entendendo porque está fazendo essa cara, mas primeiro a sua irmã despenca no carro do Lacerda, você entra em coma sem ninguém saber o porquê na frente da Sophia. Eu fiquei louca, entende?!
-Clarice, você disse que minha irmã o que?!
-Bom, ela despencou do prédio, caiu no carro do Lacerda, o Lacerda levou ela pra Sophia, Sophia te chamou e você entrou em coma.
-Meu Deus, você está brincando comigo?

Clarice abre espaço e mostra a cama ao lado onde Sabrina estava. Tinha acabado de sair da UTI, depois de cinco dias em observação e eu em coma.

2 comentários:

  1. /ICry
    #ChoreiCristaisEmCristo =~

    I (L)avinho
    hsuiahsuihsuihaus

    Muito bom!
    UmaBeija.

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  2. Seu texto me lembrou Zeca Balero quando ele diz "pois toda essa beleza que lhe veste vem do meu coração que é teu espelho". É a mesma sutileza e calma de ser de encontro ao tudo. PArabéns pelo texto, de coração.

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