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sexta-feira, 7 de maio de 2010

... Street Figther ou melhor, Strip Tease ...

Não acreditei na cena que vi. Quando Dany me avisou que a barulheira que vinha da rua era relacionada a Jam, desci no ato. E realmente é impossível descrever o que vi... Tentei parar com aquela situação o mais pacificamente possível, mas, bom... Depois que duas pessoas já estão sangrando, creio que não há mais tanta diplomacia... Tirei Clarice de cima da Gabriela com o máximo de delicadeza que me foi possível. Olhei para Gaby, ou melhor, para um rosto todo ensangüentado e como estava totalmente sem entender nada do que estava acontecendo ali, disse: “Gaby, por favor... Vai nessa... Eu pensei ter deixado claro que não rolaria nada quando fui embora do estúdio ontem. Não sei nem o que foi que aconteceu entre vocês hoje pra toda essa situação ter chego a esse ponto. Mas, se alguma coisa de mais grave acontecer a Jam, você irá arcar com as conseqüências, isso eu te promet. Eu mesma vou me encarregar de fazer com que arque. Agora, por favor... Vai.. Se não, as coisas aqui vão ficar piores ainda” nesse momento, posso jurar que vi nos olhos dela uma decepção profunda... Ela se virou e foi.

_ Clarice, sobe pra mina sala. Agora!... Jam, me ignorou por completo. Subiu naquela moto do inferno e saiu acelerando até não poder mais naquela..... Porra!

Liguei, liguei, liguei e liguei no celular de Clarice, mas, ela nem ao menos fazia menção de atender-me. Então no auge do desespero, mandei uma mensagem de texto: "Clarice Jam, esteja em 10 minutos na minha sala ou pode me esquecer!". Torci para que ela visse, e resolvesse voltar. Geralmente, cumpria minha palavra.

Em 8 cronometrados minutos Clarice estava na minha porta, com o rosto ainda ensangüentado e alguns hematomas nos braços... Me levantei rapidamente e pedi o estojo de primeiros socorros para Dany... Não falei nada. Clarice ao falou nada. Abri a boa apenas para pedir que se sentasse... Peguei o estojo e dei início a longa jornada de... “Cuidar bem do meu amor”... Clarice não falava nada e olhava tão fixamente nos meus olhos que acredito que conseguiu ver o desespero velado que aquela situação me proporcionava... Jam baixou a cabeça e permaneceu muda todo o tempo em que fiz seus curativos...

_ Amor, o que foi que aconteceu? Perguntei, com a voz mais calma, controlada e doce que pude...

_ Ela, ela... Ela mandou flores pra você!!! Rosas vermelhas e um bilhete extraordinariamente apaixonado para quem te conheceu ontem!!! Ela te chamou de DOCE VAMPIRA e ainda assinou “Da sua Gaby”... Eu não consegui me conter, não deu pra conter Sophia! Não deu! Eu...

Vi que minha pequena ia explodir novamente e sem pensar meia vez a abracei bem apertado, em silêncio... Ficamos assim por alguns minutos...

_ Amor, vamos... Você vai voltar pra casa de carro comigo, nada de moto hoje, por favor!

Jam não retrucou nem discutiu dessa vez... Fechei tudo na clínica e saímos em direção ao carro... Ao contrário do que aconteceu no consultório Clarice não parou de falar nem mesmo um mísero minuto que fosse, desde a saída do consultório até a chegada em nossa casa... Confesso que ao mesmo tempo em que estava consideravelmente assustada com tudo o que estava acontecendo – Poxa, Clarice sabe o quanto eu sou contra a violência - uma grande parte de mim estava adorando, aliás, adorando não; AMANDO todos aqueles surtos inesperados de ciúmes vindo de Clarice, e outra ou quem sabe essa mesma parcela de mim, além de amando, estava altamente excitada com toda essa situação! Podia ainda sentir o coração batendo mais acelerado que o comum dentro do meu peito, a adrenalina correndo nas veias e, curtir o gostinho da endorfina ainda sendo liberada em meu cérebro...

Quando finalmente chegamos em casa, o PUB ainda estava razoavelmente movimentado, e mesmo com toda a correria Tina nos avistou na entrada e veio nos dar boa noite. Clarice só não pronunciou as palavras, mas expressou nítida e claramente um: "Boa noite só se for pra você". Tina sem entender muita coisa olhou pra mim com sua tradicional "cara de caneca" e me limitei apenas a balançar a cabeça em sinal de negativo para ela. Clarice passou pelo PUB basicamente voando, ou melhor, como alguém que estivesse em meio a uma grande briga; saiu arrastando todas as mesas, cadeiras e pessoas que tiveram a infelicidade de cruzar o caminho dela aquela noite... Graças à misericórdia divina, chegamos rapidamente em casa e sem nenhum homicídio...

_ Vou tomar um banho pra ver se consigo esquecer um pouco o que aconteceu hoje... E ontem...

_ Tudo bem linda. Vou ficar no seu quarto te esperando pra que possamos conversar mais civilizadamente agora, ta bom?

_ Hum... Tá! Mas, cara... Aff! Que vagabunda! Arrrggghhhh... - e essas foram às últimas palavras de Clarice antes de entrar no > banheiro e, basicamente tremer a casa com o "leve" fechar da porta do mesmo...
 
Assim que Jam entrou no banho, corri lá no PUB atrás de Tina... Depois de uns cinco minutos de procura, a encontrei em meio a copos sujos e garrafas vazias na cozinha...
 
_ Tina, preciso de uma garrafa do seu melhor vinho tinto, huuummmm, suave!
 
Ela me encarou com uma certa malícia no olhar e perguntou o que havia acontecido com o humor da Jam, deixei-a basicamente sem resposta fazendo apenas um sinal de que depois nos falávamos. Peguei a garrafa da mão dela e fui correndo em direção a escada...
 
Chegando lá, peguei duas taças e coloquei no congelador... Depois, voei para o meu quarto, abri o guarda-roupa... "Huuummm, cadê???"... " Cadêêêêêêêê?" ... "Há, achei..." peguei algumas coisas e me troquei rapidamente, correndo logo em seguida para o quarto de Clarice... Conectei meu iPhone ao not dela e rapidamente preparei uma playlist “especial” para tocar...

Passaram-se vinte minutos e nada de Jam nem ao menos desligar o chuveiro... Meia hora depois que eu a esperava no quarto, o barulho da água cessou... Corri para a cozinha, peguei as taças, o vinho, e rapidamente estava de volta ao quarto...

A porta do banheiro se abre...
 
Clarice entra no quarto enrolada apenas em sua toalha de banho. A luz esta apagada e a única iluminação presente vêm de seu abajur de estimação. Instintivamente, Jam olha na direção da luz e vê as duas taças recém tiradas do freezer, acompanhadas de uma garrafa de vinho tinto aberta e, um tanto quanto insinuante... Ao fundo, a trilha sonora do momento é "Glory Box - Portishead", depois de colocar o som para tocar, apareço na parte iluminada do quarto... Trajando apenas um corpete, uma liga e um scarpin preto, que sei que Jam adora. Andava lentamente e olhava fixamente em seus lindos olhos que agora, exibiam uma deliciosa e excitante expressão de surpresa. Vou até as taças e encho-as de vinho. Entrego uma na mão de Clarice, que permanece estática... Ambas ficamos paradas por alguns segundos... Apenas ouvindo a música, saboreando o vinho e amando-nos através de olhares sedutoramente apaixonados...


Deixei minha taça no lugar onde ela estava inicialmente... Me aproximei lentamente de Clarice, e se antes não havíamos pronunciado nenhuma palavra por qualquer motivo que fosse, agora já não poderíamos fazê-lo, pois, meus lábios se ocupavam dos macios e molhados lábios de Jam impedindo assim, que pudesse existir qualquer outro tipo de comunicação entre nós naquele momento... Beijei-a com tal intensidade que senti como se jamais a tivesse beijado, abracei-a como se nunca a tivesse tocado, sussurrei que a amava como se o fizesse pela primeira vez...

Nossos corpos se encontravam e se encaixavam com uma perfeição quase magistral... Em meio a abraços e sussurros, Jam deixou a toalha cair lentamente sob seu corpo ao mesmo tempo em que a trilha sonora ao fundo ainda com Portishead mudava para "Roads", e exatamente nessa balada que deitei a minha, sim, a minha Clarice lentamente por sobre o edredom... Nossos corpos quentes tocaram-se e contrariando a temperatura ambiente, o calor que pude sentir do corpo de Jam me fez tremer e ao mesmo tempo suar com aquela deliciosa e já conhecida "fever" que só ela me causa...

Os minutos pareciam congelar-se no tempo; sentíamos a música, o ritmo, o beijo, as carícias, o tesão aumentando a cada segundo, a vontade intensificando-se mais e mais a cada respiração, cada suspiro, cada sussurro... Ouvi "You can leave your hat on - Joe Cocker" começando ao fundo e estava chegando a hora de colocar minhas verdadeiras intenções em prática. Sorrateiramente, sem que Jam percebe-se, peguei ao lado do travesseiro dois objetos levemente cromados que havia estrategicamente deixado por lá... Fui até o ouvido de Clarice percorrendo toda sua nuca com a pontinha do nariz... Fiz a voz mais "sacanamente" sensual que já imaginei um dia fazer e disse: "L'amour, tenho uma surpresa pra você" - rapidamente e antes que Clarice pudesse reagir, algemei-a junto a cama... Primeiro uma, depois a outra mão...

_ Uau amor, isso... Isso é... Isso é maldade demais comigo! É quase tortura! Me solta vai...

Levantando-me suavemente, peguei as chaves das algemas de Jam... _ Você tem certeza que quer mesmo essas chaves?

Silêncio...

_ Bom, se quiser... Vem pegar! Disse eu, colocando uma das chaves no busto e a outra na virilha...

Clarice inutilmente tenta levantar, eu dou o sorrisso mais sacana que um ser humano poderia dar nesse momento... Vou até a porta para trancá-la, afinal, os meninos saíram, mas vai lá saber que horas voltam... A trilha sonora programada por mim para o momento enfim chega... "Bad to the Bone - George Thorogood"... Ao som da primeira paletada na guitarra, coloco um dos pés sobre a cama e desabotouo dois, dos seis botões que compõem a frente de meu corpete...

_ Amoooooor pelo amor d deus me solta! Prometo me comportar...

_ Baby, shiiiiiiiuuuuu... Only enjoy you private show! ……

A temperatura da música esquentou, já a do quarto... Hahaha, Sem comentários!

2 comentários:

  1. Um post desse dispensa qualquer tipo de comentário! Ficou boníssimo! Mto, mto e mto bem escrito. Passou todo o clima das meninas, realmente mto bom!

    O que me resta é cultivar minha inveja mortal de Clarice em silencio pra não apanhar né. Afinal, nariz quebrado não rola! Rsrs...

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  2. Adoreeeei... Elas mereciam!

    Bjs, Paulinha

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