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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Uma auto-crítica, um porre e uma merda daquelas #Lacerda

Certo, cara, admita: Você perdeu. Aquela vozinha chata na minha cabea tilintava repetidamente essa mesma frase enquanto eu cuspia marimbondos pra dentro de mim mesmo, afundado até a alma numa garrafa de vodca e duas latinhas de fanta uva. Tina passou duas vezes do meu lado, espiou, rosnou alguma coisa, mas deixou-me aqui.
"Isso, playboy, agora JÁ ERA!" - aquele anjinho berrou no meu ombro esquerdo no exato momento em que o furação passou pelo Pub lotado. Eram as duas. Clarisse e Sophie, claro que era ela. Eu reconheceria o olhar afiado de JAm onde quer eu que eu esteja.
Heh. È até engraçado. Patreticamente engraçado. Elas sobem pro quarto. brigam, discutem, choram e transam. A vida é assim mesmo. E eu perdi dessa vez. Não é do meu feitio, por isso eu tô puto. Mas um homem precisa admitir certas coisas, não é mesmo? "É, é mesmo" - confirma o anjinho. 
Desde pequeno sempre tive esse anjo merda de chato no meu ombro toda vez que encho a cara. Sei que a maior parte das pessoas possuem um daqueles diabinhos também, mas no meu caso, eu já sou o próprio. Além do fato desse anjo já ser suficientemnete sacana.
Perdi a Clarisse, não é? PORRA DE VERDADE essa enfiada na minha cara! De nada adiantou bancar o fodão, acender cigarro, contar estrelas, falar palavrão, comprar a merda daquela guitarra que nem entreguei ainda.
O que estava pensando? Que uma alma se compra com presentes? Ou será que eu realmente acreditei que eu era tão foda assim?
Agora tanto faz, não é? São duas da madruga e eu tô conversando com um anjinho imaginário em meio a um porre de vodca com fanta uva, sozinho numa mesa de Pub, sem coragem alguma de subir as escadas e encarar alguém nos olhos. Só quero amanhecer logo e resolver isso. Vamos lá, todo mundo precisa afundar a cara numa garrafa. Vamos lá, todos nós nos conhecemos de verdade sob a ótica etílica.
Vamos lá, seu anjo de merda, diga alguma coisa! Me dê uma idéia!
Foi então que ele deu. Sussurrou como se me confidenciasse um segredo. Fiquei com emdo do casal ao lado ouvir. Mas não, o casal ao lado estavam entretidos demais pra notar uma bomba que esplodisse ali.
Onde raios estão minhas chaves?
NO bolso da jaqueta, é claro. Bêbado imbecil. Hehe.
Caótico, caótico. Bernardo vai ter que me perdoar... mas a vida é um eterno perde e ganha... num dia a gente ganha e no outro a gente se fode todinho. Mas é bonito de se ver. O fogo comera gente por dentro, melhor, bem melhor queimar que se apagar aos tiquinhos. E as duas lá encima, sabe lá o que estão fazendo. Ingenuidade, né? TODO mundo sabe o que estão fazendo! Desculpa aí, galera! MAs acho que a vida fica bem melhor sangrando no asfalto! Acho que a foto dele estampada no peito quer dizer que eu ainda amo aquela cretina! MAs todo amor merece sua dose de auto-crítica. A minha é assim, baby. Te amo, amo, amo, amo pra cacete. Mas porra... papai me ensinou a ser homem. E me ensinou a ser um puta dum homem fodão! Dos cowboys mesmo! Dos que abrem cerveja no dente! Dos que cospem no chão e pilotam motos.
... o inadvertidamente, do tipo babaca que se apaixona.
Viro o último copo da garrafa, descendo com fanta uva.
Pego minha moto, a minha não... a da Jam. Tento me manter equilibrado. Eu disse que tinha a chave reserva. Tina me olha preocupada. Coloco o dedo indicador na frente dos lábios e faço um SHHH. Esse vai ser nosso segredinho.
Dez minutos depois, esou estacionando mais ou menos em linha reta na porta da delegacia. Hehe. Palhaços, porcos e burros de farda. Aposto com o diabo que eles não esperavam por essa, não é mesmo?
_Boa noite, galera. Meu nome é Lacerda. Sim, você sabem quem eu sou. Cadê a recepção com dançarinas de can-can?

Um comentário:

  1. OH MY GOD!
    Lacerda... o que vai acontecer?!?!
    To aflito...
    Vou escrever

    Dan.

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